O ano de 2016 não foi fácil para o comércio. Com um número cada vez maior de pessoas desempregadas e outras tantas evitando gastar, muitos comerciantes não souberam o que fazer para superar a crise e acabaram fechando as portas por não encontrarem uma solução para seus problemas.
Por outro lado, muitas lojas têm trabalhado para superar a crise e tentar sobreviver a mais um ano fazendo mudanças estratégicas pontuais na arquitetura da loja. A arquiteta Marina Debasa, especialista em arquitetura comercial e a frente da equipe do escritório Arquitetude , conta que mesmo mudanças simples podem causar um grande impacto junto ao consumidor.
“Muitos comerciantes estão há tanto tempo no mesmo lugar e utilizando o mesmo espaço que nem sempre se dão conta de que precisam renovar o visual. Os consumidores estão segurando ao máximo seus gastos e tendem a demonstrar preferência em gastar em algo que seja novo, moderno e se destaque no meio de outros comércios, além do preço atrativo, é claro”, conta Marina.
Ela explica que nem sempre é necessário realizar uma enorme reforma, tendo em vista que os comerciantes também não estão podendo gastar muito nesse momento. “Renovar a pintura da loja é um investimento não muito caro e pode ajudar a mudar completamente o visual do estabelecimento. Atualizar móveis e mostruários também são mudanças simples que podem fazer toda a diferença”.
Marina destaca que melhorar as vitrines é uma mudança relevante e que impacta positivamente os clientes. “As vitrines são o cartão de visitas e a porta de entrada da loja e, por isso, deve receber atenção especial. Mantê-la limpa, organizada e atualizada é o mínimo que os consumidores esperam para se sentirem atraídos a entrar no estabelecimento”.
A arquiteta lembra também que um estudo sobre o layout da loja pode ser válido, principalmente se a arrumação do espaço tem se mostrado pouco eficiente. “Às vezes, simplesmente trocar as mercadorias de posição dentro da loja pode fazer uma enorme diferença, como colocar peças em promoção em frente à porta, incentivando as pessoas a entrarem”.
Marina destaca ainda que o capricho com a arquitetura da loja é um diferencial valorizado pelos consumidores. “Cuidados que vão desde a escolha certa de cores, móveis e iluminação até a melhora na circulação do espaço são detalhes extremamente importante, e os comerciantes que não enxergarem isso podem acabar ficando para trás”.
Ela finaliza lembrando que uma arquitetura comercial inteligente não deve copiar outros estabelecimentos. “Cada marca é única e, por isso, a loja também deve ser única. Apostar na mesma estratégia utilizada pelo vizinho pode não ser a melhor saída e, por isso, é sempre importante contar com profissionais especializados para desenvolver algo diferente e que impacte o cliente”.
Fonte: Exame