Você está de férias e a ansiedade toma conta. Sabe aquela sensação de saco cheio por não ter nada pra fazer? Pois é, as férias são assim. Você não aguenta mais passar o dia na frente da TV, ou então, na internet e, para ajudar, surge um companheiro chamado tédio. O tédio então começa a falar em seus ouvidos, como por exemplo, a respeito da felicidade de reencontrar os colegas de sala, os antigos e novos professores e toda a expectativa em relação às disciplinas que virão.

Os meses passam e a rotina desmorona as expectativas do início do semestre como um castelo de cartas. Na verdade, isso é natural do ser humano. Parece que fomos moldados a não nos acostumarmos com a rotina e a buscarmos o contrário daquilo que vivemos no momento. É nessa hora que surge o desejo incontrolável, insaciável e quase indomável por férias, tranquilidade e tempo para a TV e a internet.

O final de semestre, inclusive, é quase sempre marcado pela correria e pela exaustão a tal ponto de que o estudante de Arquitetura a essa altura quer apenas desfrutar novamente do privilégio, leia bem, privilégio de poder dormir ao menos 8 horas em uma noite. Porém, ao decorrer todo esse tempo, alguma coisa deve ter valido a pena e, então, você para e pensa – ou pelo menos deveria pensar: “o que apreendi neste semestre”?

Vamos lá, a diferença entre apreender e aprender vai além de apenas uma vogal. Apreender quer dizer compreender, assimilar, captar. E então? O que foi verdadeiramente assimilado? A ideia se volta exclusivamente à assimilação das matérias, o que claro é essencial, mas existe algo a mais. Algumas coisas as quais irão influenciar sua vida como cidadão e ser humano.

Existem várias situações, certamente, as quais te deixaram extremamente irritado (a) durante o semestre, a ponto de desejar chutar o balde! E com certeza, os trabalhos em grupo fazem parte delas. As dificuldades de relacionamento com os mais diversificados pensamentos em sala de aula, com média de 30 alunos mais os professores, todos com expectativas, ideais, opiniões e personalidades próprias. Dá calafrios, só de lembrar no colega folgado pedindo pra colocar o nome no trabalho mesmo após ter faltado em todas as reuniões do grupo. Ou aquela sugestão de outro colega, que em sua opinião é uma “porcaria”. Bem ou mal, você lidou com isso e este lidar te ensinou desde como fazer política até práticas de relaxamento pelo antigo método do conte até dez.

Imagine agora na vida profissional. Você acredita mesmo que todos os seus clientes pensarão iguaizinhos a você? Tem a doce ilusão de que acatarão todas as suas sugestões profissionais sem pestanejar? E o humor e a personalidade de cada um? O bonzinho, o chato, o intrometido, o caloteiro, o mentiroso, o sensato, o acomodado, sem contar aquele que sabe (ou ao menos supõe isso) mais do que você. Pronto, durante esse semestre você apreendeu que o relacionamento interpessoal, o relacionamento entre pessoas, é de extrema importância para seu crescimento pessoal e profissional.

Esse foi apenas um exemplo de tudo aquilo que você apreende ao longo de um semestre. Apesar de todas as disciplinas, aquilo que vem à parte é praticamente um tesouro. Se souber aproveitar bem isso, após cinco anos, quando parar pra pensar terá a percepção de o quanto evoluiu. Como você era antes e como está agora. Mas um detalhe é importante: na faculdade você tem o final de semestre para o respiro e o descanso. Para voltar a sentir falta de tudo, para enjoar das férias e desejar novas apreensões. Na vida profissional, o nível é muito mais hard e será a hora de colocar tudo isso em prática e sem muita previsão de férias.

A cada novo semestre não pense que foi em vão, você sempre se torna uma pessoa melhor, sempre tem algo novo na sua vida, então tome a faculdade como um todo e não só no que você anota no seu caderno.

Fonte: 44arquitetura

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